domingo, 1 de abril de 2012

Ser


Sou a terra macia entre teus dedos
Sou o vento rasante que sopra segredos
Universo abundante que exala a calma
Sou a chuva que cai e lava a tua alma
Sou o raio mais lindo do amanhecer
Sou o reflexo no espelho a envelhecer
Sou a Deusa insana de tua psicose
Sou a matéria-prima de tua metamorfose
Sou o ápice sagrado da colina mais distante
Sou a doce etérea palidez de teu semblante
Sou o vício aderido pelo mais puro ser
A paciência exigida pelo estimado Saber
Sou a tão confortante rouquidão de tua voz
Indomável desejo que ruge feroz
Sou a tinta espessa que brinca com a tela
O orvalho que beija a planta mais bela
Sou o barco que arde ao tocar o horizonte
Sou de luz e ternura a mais pura fonte
Sou a pele macia onde atua a beleza
Do céu estrelado a solitária grandeza
Sou águas pacíficas que permitem ancorar
Sou a força e glória do povo ao lutar
Sou o Sol resplandecente que surge e sorri
Sou tudo o que há sobre, sob e em ti.